O ano é 1983. Enquanto seus colegas de faculdade empregavam esforços buscando uma grande empresa para estagiar, o então estudante Célio Antunes de Souza, cursando o terceiro ano de Engenharia Eletrônica na Universidade Mackenzie, pensava diferente. Ele queria achar uma empresa pequena, mas com o melhor capital intelectual e boa capacidade de crescimento. Enfim, queria aprender. A oportunidade surgiu com uma feira de informática, uma das que antecederam os megaeventos realizados atualmente por esse segmento, atraindo centenas de expositores e milhares de visitantes. Célio imaginou que – quem sabe? – lá poderia encontrar alguém que lhe oferecesse uma oportunidade de estágio. Traçou uma estratégia, com a ousadia que caracteriza os jovens que partem com vontade em busca do seu sonho. “Vou até a feira e procuro alguém conhecido.” Deu sorte. Encontrou um professor que lhe dera aula no primeiro ano da faculdade, atendendo os visitantes no estande da sua empresa, a Microtec. Célio pediu para ficar ali, observando o movimento. “Encostei e estudei os produtos expostos, comparecendo à feira durante os quatro ou cinco dias, meio que esperando conseguir alguma coisa”, lembra Célio. Esse jeito de “quem nada quer, querendo” deu resultado. Célio foi contratado como estagiário da Microtec e alcançou seu objetivo: os donos da empresa eram feras, com especializações na área de informática, e ofereciam serviços com alta especialização em eletrônica.
“A porta de entrada para o mercado de trabalho é o estágio”, assegura Célio, que diz ter aprendido muito com a experiência. Por exemplo, teve contato com o Excel, quando esse programa de planilhas eletrônicas ainda não tinha ganhado fama no mercado. Acompanhou o crescimento da área de microinformática e, mais do que isso, percebeu o potencial de mercado que tinha à frente. Depois de oito anos na Microtec, Célio partiu para a carreira solo. Para tanto, especializou-se em marketing e também em informática. Hoje, intitula-se um administrador de empresas com ênfase em marketing e está à frente da Impacta, empresa que criou em 1988 com foco no treinamento em hardware. A idéia surgiu porque, à época, havia demanda de técnicos nessa área e crescia a necessidade de profissionais que soubessem resolver problemas de hardware, agilizando, dessa forma, o processo de manutenção. O centro de treinamento começou a funcionar em uma pequena sala, no número 2001 da famosa Avenida Paulista, em São Paulo.
Publicação Agi 64 jul/ago 2005