Em 2003, estava cursando o último ano do ensino médio e me inscrevi no CIEE. Até aquele ano, eu nunca havia trabalhado em nenhuma empresa e, por influência da minha mãe, fiz a inscrição para concorrer a alguma vaga de estágio. Após o cadastramento, fui convocado para fazer a entrevista de estágio na Caixa Econômica Federal (CEF) e chegando lá outras pessoas também já estavam esperando.

Alguns estavam tentando novamente entrar em uma das vagas de estágio da CEF e eu, a primeira vez. Graças a Deus fui aprovado e comecei a estagiar em março de 2003 e trabalhei até dezembro do mesmo ano quando concluí o ensino médio e não pude mais continuar. Nestes nove meses, tive a experiência que me ajudou a crescer profissionalmente. Nos sete primeiros meses, eu atuei no autoatendimento, auxiliando as pessoas nos caixas eletrônicos da agência. Todos os estagiários que passaram por lá ficavam um tempo e logo saíam, e eu fiquei estes meses trabalhando lá e não entendia porque os outros iam trabalhar em outras funções e somente eu permanecia.

Os gerentes nunca me falaram isso, mas alguns colegas me confirmaram a mesma história: eu nunca saí do autoatendimento porque desde que fui para lá, nunca mais chegaram problemas para eles resolverem. Eu resolvia tudo. Apesar de ser estagiário, me tornei uma referência de trabalho no meu posto. Nos dois últimos meses de estágio eu mudei de setor, do Relacionamento Básico (RB) para o Relacionamento Empresarial (RE). Fui trabalhar com o gerente mais “odiado” pelos estagiários, o Sr. F. Sanches, e posso afirmar que foram os melhores meses de estágio.

Este gerente era muito exigente e mandão, dava ordens que tinham que ser cumpridas. Confesso que gostei muito de trabalhar com ele, pois exatamente isto me ajudou a dar os passos necessários para permanecer trabalhando na CEF. Passei dois meses trabalhando onde eu tinha que consultar diariamente duas contas do Governo do Estado e fazer a conciliação bancária entre as contas, verificando cada movimento, cada débito e crédito e tentar achar possíveis erros nos processos para passar aos responsáveis para solução dos erros. No último mês de estágio, atuei na retaguarda da agência o que me abriu a porta para que, em janeiro, após o fim do meu estágio, eu pudesse voltar a trabalhar na CEF, agora não mais como estagiário, mas sim como BT (Bancário Temporário), terceirizado por empresas que trabalhavam para a CEF.

Continuei fazendo a conciliação bancária e, de alguma forma, era um incômodo para meus colegas, pois ao conferir as contas sempre descobria erros no processo de pagamento… um DOC que saiu e voltou porque o número da conta ou CPF estavam errados… TED, DOC ou transferências feitas em duplicidade. Após essa temporada, trabalhei em três empresas até que saí para seguir outro rumo profissional. Mas esta experiência marcou minha vida profissional de tal forma que as melhores lembranças que tenho são da conciliação bancária, atividade que desempenhava com cuidado e atenção de um auditor interno, sempre atento a cada centavo de real que saía ou ficava na conta. Isso me inspirou seguir a minha profissão atual, sou contador e curso pós-graduação em Auditoria e Perícia Contábil.

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